quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PROVA DE FARMÁCIA CLÍNICA (ESTRUTURA E RELAÇÃO COM OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM)

Pessoal, abaixo eu apresento para vocês a nossa prova (que vocês já realizaram na terça-feira, 29/09). Tenho o hábito de, passada a avaliação, dar um retorno aos alunos sobre a relação entre estrutura das questões e os objetivos de aprendizagem da disciplina. Vocês podem conferir e verificar que buscamos contemplar os objetivos propostos para cada aula nesta avaliação.
Um abraço

1ª. AVALIAÇÃO ESCRITA DE FARMÁCIA CLÍNICA

DESCRIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS E OBJETIVOS EDUCACIONAIS AVALIADOS
Competências metacognitivas:
Desenvolver o raciocínio lógico-sistemático;
Desenvolver a capacidade de síntese

Habilidades transversais:
Desenvolver a habilidade de argumentação
Desenvolver a habilidade de comunicação verbal escrita

QUESTÃO 1 (2,0 PT) – A respeito da relevância epidemiológica e clínica do transtorno de ansiedade conhecido como fobia social, diversos modelos psicológicos têm sido propostos para justificar a utilização da psicoterapia no tratamento desta enfermidade. Não obstante, o avanço na elucidação do envolvimento de mediadores dos sistemas serotoninérgicos e dopaminérgicos, como base para a compreensão da sua fisiopatologia proporciona também uma boa justificativa para a adoção de intervenções farmacológicas. Considerando as diferentes alternativas terapêuticas existentes e as evidências clínicas disponíveis até o momento, qual classe de medicamentos você consideraria como de primeira escolha no tratamento da fobia social (0,5 pt) e qual tratamento não-farmacológico você recomendaria como o mais eficaz (0,5 pt)? Justifique sua resposta (1,0 pt).
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM:
I. Fazer a comparação de alternativas terapêuticas utilizando como critérios evidências clínicas
II. Saber selecionar tratamentos de acordo com sua relação entre benefício, eficácia e risco

QUESTÃO 2 (2,O PT) – O estudo do erro humano historicamente apresenta duas perspectivas de abordagem. Leia e interprete o texto a seguir
“Os anos 90 marcam um aumento das abordagens sensacionalistas na mídia sobre erros na saúde e um crescimento das contendas judiciais, tanto em número de processos quanto no valor financeiro das indenizações. O paciente tornou-se mais contestador e exigente, forçando uma mudança de atitude dos prestadores de serviços. A assistência à saúde passou a ser, cada vez mais, uma forma de prestação de serviços sujeita às leis contratuais e suas conseqüências nas áreas cível e penal (...)”(ROSA e PERINI, 2003).
Comente qual a perspectiva de abordagem representada no texto (0,5 pt) e qual a alternativa poderia contribuir para a redução dos erros de medicação (0,5 pt). Ainda sobre este tema apresente uma explicação (ou justificativa) para a seguinte afirmação “...Quanto aos erros de medicação, revela-se uma importante peculiaridade conceitual que é a possibilidade de sua prevenção.” (ROSA e PERINI, 2003, grifos meus). Por que os erros de medicação são preveníveis ? (0,5 pt). Considerando o processo de uso de medicamentos, apresente uma classificação para os tipos de erros de medicação (0,5 pt).
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
I. Compreender e diferenciar o significado dos dois tipos de abordagem do estudo do erro humano
II. Saber conceituar erro de medicação e classificar os tipos de erros

QUESTÃO 3 (1,5 PT) – Se você tivesse que fazer a avaliação das diferentes fontes de informação elenque por força/nível de evidência (0,5 pt):
Relato de caso – protocolos clínicos baseados em evidências (consensos/diretrizes clínicas) – metanálises – revisões – revisões sistemáticas – ensaios clínicos randomizados – estudos de coorte – ensaios clínicos não randomizados – estudos transversais – séries de casos – estudos do tipo caso-controle – protocolos clínicos baseados na opinião de especialistas (consensos/diretrizes clínicas)
Quais critérios você utilizaria para avaliar e selecionar uma fonte de informação? (Cite pelo menos 03, explique o significado de 01 desses critérios) (1,0 pt)
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
I. Estabelecer critérios para a seleção e avaliação da informação sobre medicamentos
II. Estabelecer uma hierarquização dos diferentes tipos de estudos de acordo com a força/nível de evidência

QUESTÃO 4 (1,0 PT) – A sibutramina tem se destacado como um dos medicamentos mais utilizados na atualidade no tratamento da obesidade. Outro medicamento indicado é o orlistat (xenical). Na seleção e padronização, baseado nos critérios da farmacoterapia baseada em evidências e do Uso Racional de Medicamentos, quais critérios você utilizaria para avaliar e comparar estes medicamentos? (1,0 pt)
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
I. Conhecer os critérios para a seleção de medicamentos com base no URM

QUESTÃO 5 (1,5 PT) – Você está elaborando uma carta de apresentação para uma entrevista visando sua contratação em um Hospital Regional de média complexidade. Seu desafio será explicar e justificar (em no máximo 15 linhas) para o Diretor de um Hospital, que nunca ouviu falar em Farmácia Clínica, a necessidade de contratação de um Farmacêutico para implantar esta área no hospital. Quais seriam os elementos-chaves (ou pontos mais importantes) da sua justificativa? (0,5 pt) Elabore o texto (1,0 pt) (Convença-me, eu sou o Diretor !!!)
OBJETIVO DE APRENDIZAGEM
I. Conceituar Farmácia Clínica
II. Descrever seus objetivos, funções e atividades
III. Compreender sua relevância no contexto sanitário
REFERÊNCIAS
Daniels SR, et al. Cardiovascular effects of sibutramine in the treatment of obese adolescents: results of a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Pediatrics. 2007 Jul;120(1):e147-57. Epub 2007 Jun 18.
Rosa MB, Perini E. Erros de medicação: quem foi? Rev Assoc Med Bras 2003; 49(3): 335-41.
Rucker D, et al. Long term pharmacotherapy for obesity and overweight: updated meta-analysis. BMJ. 2007 Dec 8;335(7631):1194-9. Epub 2007 Nov 15.
Stein Dan J, Ipser Jonathan C, van Balkom Anton J. Pharmacotherapy for social anxiety disorder. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 3, Art. No. CD001206. DOI: 10.1002/14651858.CD001206.pub4

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tamiflu PARECE não SER tão eficaz quanto se pensa...

Pessoal vejam o que saiu no Terra nesta quinta (17/09/09)...Só pra recordar, desde o início temos ressaltado que a utilização do medicamento deveria ser feita com prudência e sem o histerismo que observamos no início da epidemia...
Mais um exemplo de que é necessário a avaliação criteriosa de tecnologias para a saúde, como os medicamentos, de modo a garantir o interesse público e não o favorecimento de interesses econômicos dos grandes laboratórios, o oportunismo político ou a sede sensacionalista da mídia.

"Tamiflu não é tão eficaz quanto se pensa, diz secretaria
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul divulgou na quarta-feira um levantamento que questiona a eficácia do Oseltamivir (Tamiflu) no combate à gripe suína. Segundo a secretaria, não há grande diferença entre usar ou não o medicamento.

De acordo com a pesquisa realizada pela Central Estadual de Regulação Hospitalar, até agosto, dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Estado que tiveram administrada a medicação em até 48 horas após os primeiros sintomas (conforme indica o fabricante), 18 tiveram alta e 12 morreram; dos que tomaram Tamiflu após esse período, 18 deixaram o hospital e 14 não sobreviveram; das pessoas que não tiveram o remédio administrado, 15 tiveram alta e seis morreram.
De acordo com a secretaria, os dados indicam que há uma diferença singular entre usar ou não o Tamiflu para combater a doença. Contudo, o órgão afirma que vai continuar administrando o remédio aos pacientes.
Até o dia 12 de setembro, data do último levantamento, 59 pacientes estavam em UTIs de hospitais do Estado com gripe suína ou suspeita da doença. Contudo, no pico da epidemia - em agosto - mais de 270 pessoas estavam internadas nas Unidades de Terapia Intensiva.
Queda nos casos

O Ministério da Saúde informou na quarta-feira que o número de casos graves de gripe suína registrados na última semana é 65 vezes menor do que na primeira semana de agosto. O número de mortes em consequência do vírus Influenza A (H1N1) até o dia 12 de setembro é de 899."

Redação Terra