terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sobre a aula de hoje (24/08)

CONTEÚDO: Farmácia Clínica: aspectos conceituais, princípios, funções e competências do farmacêutico no desenvolvimento de serviços clínicos
Pessoal, espero que tenham gostado da nossa aula hoje. O plano era finalizar a apresentação do tema e discutir com vcs o contexto histórico no qual emerge o movimento clínico e surge a Farmácia Clínica nos EUA, como modelo de prática e como posteriormente ela foi incorporada como disciplina científica na formação de farmacêuticos.
Apesar da pontuação superficial busquei fazer o contraponto com o que aconteceu no Brasil nos últimos 30 anos.
Achei importante também discutir com vcs os elementos de um modelo de prática e a relação disso com o processo de profissionalização-reprofissionalização-desprofissionalização na área da saúde. Espero que tenha ficado claro que a dinâmica organizacional de uma profissão, seus mecanismos de regulação e legitimação profissional sofrem influências internas e externas à categoria farmacêutica.
Por fim, destaco os objetivos de ensino da aula (que espero todos tenham alcançado, pelo menos parcialmente)


Objetivos de ensino:
  • Conhecer o processo histórico do advento da Farmácia Clínica
  • Definir Farmácia Clínica
  • Descrever o processo de atenção ao paciente
  • Descrever os objetivos e funções da Farmácia Clínica
  • Descrever os tipos de atividades e serviços clínicos providos pelo farmacêutico
  • Explicar as competências e habilidades requeridas para o Farmacêutico Clínico

 

4 comentários:

  1. Histórico:
    Em diversas épocas o farmacêutico demonstrou interesse na realização de práticas e intervenções através do contato com o paciente.
    Na era clássica os farmacêuticos (boticários) se preocupavam em preparar medicamentos individuais baseados nos sintomas que o paciente apresentava. Para tal era necessário conhecer o paciente. Posteriormente, com a industrialização, esse contato foi perdido.
    Com as grandes navegações e a revolução científica o farmacêutico foi deslocado para o laboratório. Surgiram as ciências farmacêuticas como Farmacognosia, Farmacologia, Química Farmacêutica, entre outras.
    Foi apenas na década de 40, nos Estados Unidos, através da iniciativa de Eugene V. White, Emil W. Baker e Wait Rising que se começou a usar o termo Farmácia Clínica, que se destinava a práticas farmacêuticas orientadas ao paciente. Desta forma, seu reconhecimento surgiu da necessidade de estabelecer “novos padrões” de práticas para a Fármacia.
    Definição:
    Farmácia Clínica é a ciência que se preocupa com o uso racional e segurança de medicamentos utilizados por pacientes.
    Processo de atenção ao paciente:
    1- Identificar as necessidades e problemas do paciente
    2- Coletar e usar com responsabilidade as informações do paciente
    3- Desenvolver soluções para esses problemas
    4- Selecionar e orientar sobre uma terapia
    5- Fazer seguimento para avaliar se os objetivos foram alcançados
    Objetivos e funções da Farmácia Clínica:
    Atividades de cuidado ao paciente como informação, orientação, monitoração e avaliação dos resultados terapêuticos. E intervenção nas condições relacionadas ao uso de medicamentos.
    Atividades e serviços clínicos providos pelo farmacêutico:
    Monitoramento farmacológico, instruir sobre o uso correto de medicamentos; orientar tanto pacientes como demais profissionais da saúde; fazer a gestão do uso de medicamentos. Além de participar de comissões no âmbito da instituição de saúde; participar da seleção e padronização de medicamentos; participar da elaboração de formulários e protocolos do hospital; realizar estudos de farmacoepidemiologia; participar do manejo de risco; planejar, coordenar e realizar a farmacovigilância.
    Competências e habilidades requeridas a um farmacêutico clínico:
    Não fornecer apenas serviços clínicos; estar disponível aos cuidados do paciente em qualquer lugar que este se encontra; assumira responsabilidade de alcançar metas terapêuticas; trabalhar de forma independente e em colaboração com outros profissionais; gerar, disseminar e aplicar a informação.

    Débora Ramiro e Daniele Lima

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  2. Meninas, excelente resumo. Acho que vcs conseguiram refletir bem o que foi abordado na aula. Parabéns!

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  3. Aula de 31.08 - Erros de Medicação.

    As inovações tecnológicas na assistência à saúde vêm tornando o processo de assistência à saúde cada vez mais caro e complexo. Paralelamente, cresce também a importância da resolução de eventos adversos relacionados a medicamentos e a preocupação com a segurança do uso de medicamentos.
    Os "eventos adversos" relacionados a medicamentos se dividem em "reações adversas" e "erros de medicação".
    Reação adversa a medicamento é qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se apresente após a administração de doses de medicamentos normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade.
    Erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, pode levar ao uso inadequado do medicamento. Esse conceito implica que o uso inadequado pode ou não lesar o paciente, e não importa se o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde, do paciente ou do consumidor. O erro pode estar relacionado à prática profissional, produtos usados na área de saúde, procedimentos ou problemas de comunicação, incluindo: prescrição, rótulos, embalagens, nomes, doses, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos.
    A segurança do uso dos medicamentos se divide, então, em dois segmentos: o primeiro busca a garantia de que o produto seja eficaz e seus efeitos nocivos conhecidos e aceitáveis, e o segundo garantir que o processo de utilização do medicamento seja seguro em todas as suas etapas.
    No contexto cultural em que o farmacêutico está inserido, a prática que está historicamente atrelada às suas atividades se resume, erroneamente, ao gerenciamento da farmácia, limitando o profissional ao trabalho administrativo e excluindo-o de certa forma da equipe multidisciplinar de saúde. Este profissional acaba se distanciando da prática clínica, se tornando inabilitado para prevenir e resolver erros de medicação e segurança do paciente. Os profissionais de saúde (incluindo o farmacêutico), devido à sua formação, não estão preparados para lidar com os erros, pois estes estão associados à vergonha, ao medo e às punições. A abordagem dos erros no sistema de saúde é, geralmente, feita de forma individualista, considerando os erros como atos inseguros cometidos por pessoas desatentas, desmotivadas e com treinamento deficiente. Enquanto isso há perda de aprendizado a partir daquele erro. Tendo uma visão sistêmica do erro, somos capazes de considerar que os homens são falíveis e que todas as organizações, incluindo aquelas de excelência em segurança, irão conviver com certa taxa de erros.
    Os erros devem ser notificados e estudados em todos os seus aspectos, dentro de uma abordagem não punitiva. E os notificadores dos eventos devem receber retorno da informação que gerou.
    É neste ponto que entra a atuação dos profissionais de saúde agindo da melhor forma possível, interagindo sempre em conjunto no planejamento resolução de casos.
    O farmacêutico, mais especificamente, deve primeiramente avaliar e mapear pontos críticos (em sua atuação e estrutura de trabalho) que possam causar erros. E a partir daí, implementar medidas para diminuir as taxas dos eventos adversos preveníveis, tais como fornecer informação sobre uso racional de medicamentos aos demais profissionais de saúde e aos pacientes para o esclarecimento das dúvidas referentes ao tratamento.

    Rodrigo e Aline

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  4. Aula de 31.08 - Erros de Medicação.

    As inovações tecnológicas na assistência à saúde vêm tornando o processo de assistência à saúde cada vez mais caro e complexo. Paralelamente, cresce também a importância da resolução de eventos adversos relacionados a medicamentos e a preocupação com a segurança do uso de medicamentos.
    Os "eventos adversos" relacionados a medicamentos se dividem em "reações adversas" e "erros de medicação".
    Reação adversa a medicamento é qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se apresente após a administração de doses de medicamentos normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade.
    Erro de medicação é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, pode levar ao uso inadequado do medicamento. Esse conceito implica que o uso inadequado pode ou não lesar o paciente, e não importa se o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde, do paciente ou do consumidor. O erro pode estar relacionado à prática profissional, produtos usados na área de saúde, procedimentos ou problemas de comunicação, incluindo: prescrição, rótulos, embalagens, nomes, doses, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos.
    A segurança do uso dos medicamentos se divide, então, em dois segmentos: o primeiro busca a garantia de que o produto seja eficaz e seus efeitos nocivos conhecidos e aceitáveis, e o segundo garantir que o processo de utilização do medicamento seja seguro em todas as suas etapas.
    No contexto cultural em que o farmacêutico está inserido, a prática que está historicamente atrelada às suas atividades se resume, erroneamente, ao gerenciamento da farmácia, limitando o profissional ao trabalho administrativo e excluindo-o de certa forma da equipe multidisciplinar de saúde. Este profissional acaba se distanciando da prática clínica, se tornando inabilitado para prevenir e resolver erros de medicação e segurança do paciente. Os profissionais de saúde (incluindo o farmacêutico), devido à sua formação, não estão preparados para lidar com os erros, pois estes estão associados à vergonha, ao medo e às punições. A abordagem dos erros no sistema de saúde é, geralmente, feita de forma individualista, considerando os erros como atos inseguros cometidos por pessoas desatentas, desmotivadas e com treinamento deficiente. Enquanto isso há perda de aprendizado a partir daquele erro. Tendo uma visão sistêmica do erro, somos capazes de considerar que os homens são falíveis e que todas as organizações, incluindo aquelas de excelência em segurança, irão conviver com certa taxa de erros.
    Os erros devem ser notificados e estudados em todos os seus aspectos, dentro de uma abordagem não punitiva. E os notificadores dos eventos devem receber retorno da informação que gerou.
    É neste ponto que entra a atuação dos profissionais de saúde agindo da melhor forma possível, interagindo sempre em conjunto no planejamento resolução de casos.
    O farmacêutico, mais especificamente, deve primeiramente avaliar e mapear pontos críticos (em sua atuação e estrutura de trabalho) que possam causar erros. E a partir daí, implementar medidas para diminuir as taxas dos eventos adversos preveníveis, tais como fornecer informação sobre uso racional de medicamentos aos demais profissionais de saúde e aos pacientes para o esclarecimento das dúvidas referentes ao tratamento.

    Rodrigo e Aline

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