terça-feira, 14 de setembro de 2010

Adesão ao tratamento

CONTEÚDO: O problema da adesão ao tratamento

Objetivos de ensino:
  • Definir a adesão e não-adesão ao tratamento;
  • Explicar os fatores que determinam a adesão ao tratamento
  • Explicar os diferentes métodos para detectar a não-adesão ao tratamento
  • Propor estratégias de intervenção para promover a adesão
  • Compreender o papel do farmacêutico na promoção da adesão
Recomendo a seguinte leitura adicional:
Nemes, M. I. B. et al. Assessing patient adherence to chronic diseases treatment: differentiating between epidemiological and clinical approaches. Cad. Saúde Pública [online]. 2009, vol.25, suppl.3, pp. S392-S400. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2009001500005&lang=pt

O artigo é uma revisão que foi publicada na "Cadernos de Saúde Pública" em 2009 e tem como grande qualidade apresentar e discutir alguns conceitos e métodos de avaliação da adesão ao tratamento buscando diferenciar os enfoques e aplicações na clínica e nos levantamentos epidemiológicos.
Os autores ressaltam a necessidade de precisão na avaliação da adesão inserida numa perspectiva epidemiológica. Destacam, neste caso, os questionários de auto-relato da adesão aplicados aos pacientes, os quais apresentam como desvantagem sua baixa sensibilidade.
Já na abordagem clínica é mais importante conhecer as características ou condições individuais que interferem e constituem dificuldades para o paciente aderir ao tratamento. Neste sentido, os questionários de auto-relato aplicados no contexto clínico podem auxiliar a melhorar a objetividade da opinião do profissional. Permanece, contudo, o alerta deixado ao final do artigo de que o "diálogo paciente-profissional é ainda a melhor abordagem para avaliar a adesão, assim como para prover um bom cuidado"



3 comentários:

  1. Isabella Dantas e Cinara Souza20 de setembro de 2010 às 10:52

    Para a avaliação da adesão são utilizados alguns métodos indiretos e diretos como, por exemplo: contagem de pílulas, detecção da droga (sangue, urina), presença de efeitos colaterais.

    Associados aos métodos estão os testes e as escalas:
    • Teste de Morinsky-Green
    o Constituído por 4 perguntas
    o Avalia o comportamento do paciente em relação ao uso habitual do medicamento
    o O paciente é classificado em: alto grau de adesão e baixo grau de adesão
    o Adesão intencional e não intencional
    o Viés: O paciente pode mentir
    • Teste de Haynes Sackett
    o Consiste em uma pergunta “Você tem alguma dificuldade para tomar seus comprimidos?”
    o Solicita-se o número médio de comprimidos esquecidos por tempo de tratamento e determina-se a porcentagem do cumprimento com o número de comprimidos indicado
    o Viés: A pergunta abre margem para interpretação de quem está perguntando e quem está respondendo
    o Teste menos preciso que o Teste de Morinsky-Green
    • BEMIB
    o Realizado em pacientes com esquizofrenia e psicoses
    o Avalia a influencias e crenças nos medicamentos
    o Abordagem de 5 domínios: benefícios do tratamento, risco d doença, custo do tratamento, barreiras do tratamento, modo de administrar
    o O questionário é realizado para o paciente ler, pois o paciente pode ser influenciado por que está fazendo a pergunta. No Brasil, esse teste pode ter dificuldade de ser implantado, pois existem pessoas de baixa instrução escolar.
    • ROMI
    o Avalia a influencia em medicações.
    • MARS
    o Escala de taxa de adesão ao tratamento.
    • Testes complementares (escala de avaliação de efeitos colaterais)
    o Efeitos extrapiramidais agudos (avaliação do movimento – Simpson-Angus)
    o Discenia tardia (AIMS)
    o Outros efeitos colaterais (UKU)
    o MEEM (avaliação do estado cognitivo da função mental)

    A tomada de estratégias para a adesão do medicamento se baseia no conhecimento epidemiológico e no conhecimento de ferramentas (métodos) que auxiliem o profissional de saúde a detectá-la.

    O farmacêutico, assim como os outros profissionais da saúde, tem papel importante na adesão do tratamento, pois sendo o último profissional no organograma do atendimento ao paciente tem o dever de orientá-lo sobre a utilização e a importância de seguir tratamento.

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  2. Isabella Dantas e Cinara Souza20 de setembro de 2010 às 10:54

    O PROBLEMA DA ADESÃO AO TRATAMENTO
    Os bons resultados no tratamento de diversas doenças seja ela crônica ou não está na adesão do paciente ao tratamento.
    A adesão é definida na aliança entre o profissional de saúde e o usuário de medicamento pra que se busque sucesso no tratamento através da conscientização e do compromisso do paciente. No entanto, a adesão não se refere apenas em seguir ao tratamento que lhe foi prescrito e sim compreender a doença e o medicamento e ter consciência o quão é importante aderir ao tratamento. Assim, podemos diferenciar Adesão X Cumprimento.
    No cumprimento o paciente apenas segue o tratamento que lhe foi prescrito seguindo a posologia e o horário sem ter conhecimento sobre sua doença e seu medicamento. A relação profissional da saúde-paciente é autoritária.
    Entendido o conceito de adesão, é importante compreender o que é adesão e os fatores que influenciam a não-adesão ao tratamento. A não-adesão não significa apenas não utilizar o medicamento, mas também utilizá-lo de forma errada ou além da dose prescrita. São fatores que comprometem a adesão do medicamento:
    • Baixo índice de escolaridade (não se entende sobre a doença e pra que serve o medicamento).
    • Problemas de comunicação (o paciente não consegue compreender as informações que lhe são passadas e, por essa razão, não adere ao tratamento)
    • Analfabetismo em saúde (não se conhece bem as doenças)
    • Analfabetismo científico (baixa capacidade em assimilar e compreender as informações/tecnologias e não saber empregá-las no cotidiano).
    • Sinais e sintomas de determinada doença (p. ex uso de antibiótico interrompido antes do término do tratamento devido uma melhora no quadro clínico).

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  3. Isabella Dantas e Cinara Souza20 de setembro de 2010 às 10:55

    Os dados abaixo referem-se a adesão do tratamento para AIDS e esquizofrenia e seus respectivos fatores que influenciam na adesão ao tratamento.

    • Uso de antiretrovirais – adesão ao tratamento 70-80%
    o Fatores: acompanhamento por programa de saúde e emocional (medo da morte).
    • Esquizofrenia – não-adesão ao tratamento 50%
    o Fatores: sintomas da doença.


    Além dos fatores que interferem na adesão ao tratamento está a dificuldade de avaliar a adesão no Brasil já que está relacionada a falta de dados epidemiológicos. Para tais estudos são utilizados os dados de adesão ao tratamento dos EUA e da Europa. A deficiência de dados traz prejuízo para identificar grupos que não aderem ao tratamento e assim para traçar estratégias de intervenção.

    A não-adesão ao tratamento traz um enorme prejuízo econômico, nos EUA a não-adesão custa ao estado 100 bilhões de dólares além de inúmeras mortes.

    A não-adesão não está limitada a apenas um tratamento, mas ela pode se disseminar a outros tipos de tratamento e ao cuidado como todo (Transcendência da não-adesão), além de existir grupos mais vulneráveis a aderir ao tratamento p ex: doentes metais, pessoas com baixa escolaridade. A utilização de medicamentos inapropriados ao paciente também comprometem a adesão.

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